Anvisa aprova semaglutida para tratar gordura no fígado com inflamação
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou uma nova indicação do Wegovy (semaglutida 2,4 mg) para o tratamento de gordura no fígado com inflamação. O medicamento, da farmacêutica Novo Nordisk, passa a ser indicado para adultos com esteatohepatite associada à disfunção metabólica (MASH, na sigla em inglês), que apresentam fibrose moderada a avançada, sem cirrose hepática.
A gordura no fígado, também chamada de esteatose metabólica, atinge pelo menos 30% da população global e está diretamente relacionada ao sobrepeso e à obesidade. Oito em cada dez pessoas com excesso de peso convivem com o problema.
A condição aumenta o risco cardiovascular e pode evoluir para um quadro inflamatório mais grave, que, sem diagnóstico e tratamento adequados, pode levar à cirrose e à necessidade de transplante de fígado.
A decisão da Anvisa teve como base os resultados do estudo de fase 3 ESSENCE. A análise mostrou que o Wegovy foi superior ao placebo tanto na reversão da inflamação quanto na melhora da fibrose hepática.
Após 72 semanas de tratamento, 63% dos pacientes que usaram o medicamento apresentaram resolução da MASH, contra 34,3% no grupo placebo. Além disso, 37% dos pacientes tratados tiveram melhora no estágio da fibrose hepática, frente a 22,4% no grupo que recebeu placebo. Em 33% dos casos, os dois benefícios ocorreram simultaneamente.
A MASH é descrita como uma doença metabólica grave e progressiva, caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura no fígado associado a um processo inflamatório que danifica as células hepáticas. Esse quadro está frequentemente ligado a alterações metabólicas associadas ao sobrepeso, à obesidade, à resistência à insulina e a outros fatores cardiometabólicos, que desencadeiam estresse celular, inflamação e fibrose ao longo do tempo.
Mais de 250 milhões de pessoas vivem com MASH no mundo, e a estimativa é que o número de casos em estágios avançados dobre até 2030. A doença costuma ser silenciosa nos estágios iniciais, o que contribui para o diagnóstico tardio.
Pessoas com MASH têm maior risco de progressão para doenças hepáticas avançadas, além de maior risco de infarto, AVC e morte cardiovascular em comparação com a população geral.
Esta reportagem está em atualização.FONTE: https://g1.globo.com/saude/noticia/2025/12/15/anvisa-aprova-semaglutida-para-tratar-gordura-no-figado-com-inflamacao.ghtml