As medalhas de Ana Luísa, campeã do Hospital GACC e das piscinas
26/11/2025
(Foto: Reprodução) Vitórias, alguns tropeços, superação e muita força de vontade. Assim pode ser descrita a trajetória de vários atletas de alto rendimento, campeões consagrados, mas aqui estamos falando de uma iniciante, com poucos meses de prática competitiva de natação, e uma história de vida que vai muito além das conquistas que começa a trilhar no esporte.
As medalhas que Ana Luísa Ferreira Ribeiro vai acumulando nos torneios de natação são apenas uma faceta dessa jovem de 18 anos, que encarou situações mais desafiadoras ao longo da vida. Diagnosticada no Hospital GACC com um osteossarcoma (câncer ósseo) na perna aos 13 anos, ela se deparou com um cenário amedrontador.
Ana Luísa Ferreira Ribeiro
GACC
“Foi difícil para mim e minha família, percebia a preocupação dos meus pais. Nas primeiras idas ao Hospital GACC, quando via aquelas crianças carequinhas, me assustava um pouco, mas logo a equipe do hospital passou segurança e tranquilidade, e fui ficando mais confortável e confiante”, conta.
O pai, Carlos Henrique Ribeiro, recorda do choque para a família na época. “Foi uma reviravolta na nossa vida, a gente ficou assustado, sem chão, porque ela correu risco de morte. Mas ela é muito madura, sensata, e isso deu mais força para nós”, disse, destacando o suporte recebido no Hospital GACC.
“O Hospital GACC é maravilhoso, tem uma estrutura excelente e uma equipe profissional que acolhe muito bem, e até hoje nos apoia. É uma segunda família, a gente sabe que sempre será bem acolhido, e isso foi essencial para o desenvolvimento dela”, afirmou.
Desafios e vitórias
Sempre com acompanhamento especializado e papos francos com os médicos do Hospital GACC, que explicavam em detalhes o tratamento e possibilidades, ela se submeteu a três meses de quimioterapia, mas como o quadro já estava avançado, o risco de amputação da perna esquerda se tornou real.
Ana Luísa Ferreira Ribeiro
GACC
“Conversei muito com a equipe do Time de Cuidados Avançados do Hospital GACC durante todo o processo e sabia que durante a cirurgia havia chance de amputação, o que acabou ocorrendo. Foi tudo muito novo, mas fiquei bem, foi só uma questão de adaptação. Sempre fui uma pessoa ambiciosa, que queria abraçar o mundo, mas aos poucos as coisas foram acontecendo, no tempo certo, e procurei ter fé, me manter positiva”, conta.
Após um período mais reclusa, na época da pandemia, ela sentiu a necessidade de retomar a rotina de esportes que sempre teve. Se antes o vôlei era sua modalidade preferida, neste ano foi a natação que a cativou quando passou em uma seletiva no Instituto Athlon, instituição que oferece treinamento para PCD.
“Quando procurava uma nova atividade, o Gabriel, paciente do Hospital GACC, me indicou a natação e fui fazer a seletiva. Estava nervosa, um pouco insegura, mas o técnico disse que fui bem, que precisa apenas aprimorar”. A partir dali, vieram as competições na categoria S9, a maioria no Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro, em São Paulo.
Ana Luísa Ferreira Ribeiro
GACC
Logo na primeira delas, conseguiu ficar em 4º e 7º lugares nas provas; na segunda, ganhou suas primeiras medalhas – dois ouros (100 m costas e 400 m livres) e duas pratas (50 e 100 m livres) – e agora já conta com um total de 17, incluindo as quatro que acaba de levar nas finais dos Jogos Paralímpicos do Estado de São Paulo (Paresp), evento com a participação de 291 atletas na natação, com destaque para o ouro obtido nos 100m costas.
Os exemplos de paratletas como Mariana Gesteira, Camille Rodrigues e Bárbara Britto, que se destacam nas piscinas representando o Brasil, são inspiradores para Ana Luísa, que avança com calma em busca do sonho de disputar uma Paralimpíada. “Tenho que melhorar os tempos, a técnica. É difícil, mas não vejo como algo impossível”, afirma.
Ana Luísa continua frequentando o Hospital GACC e contagia todos com sua trajetória. “Faço exames de manutenção, de seis em seis meses, e mantenho contato com funcionários e pacientes. Conheci meu namorado lá e ele vem me apoiando nos torneios”, conta.
Visão aérea do Hospital GACC
GACC
Para o pai, a paixão de Ana pela natação vem trazendo ótimos frutos, muito além das medalhas. “Ela sempre foi muito ativa, e quando resolveu nadar, apoiamos desde o começo. O esporte ajudou muito na mobilidade e na saúde, pois ela teve quadro de bronquite na infância. Como a Ana Luísa é muito focada, os resultados logo vieram. Ficamos em êxtase, muito orgulhosos. Cada medalha, cada campeonato, é um mundo novo. Sabemos que é difícil chegar a uma Paralimpíada, parece algo distante, mas ela está no caminho certo, sem cobranças excessivas, se divertindo”, afirma.
Que ninguém duvide dessa campeã das piscinas – e da vida!
Como ajudar mais campeões do Hospital GACC
O Hospital GACC precisa de você para continuar transformando crianças e jovens em campeões da vida!
Cada novo paciente que chega ao hospital, precisa do seu “sim” hoje – sem sua doação agora, não há como manter exames, terapias e tratamentos no ritmo que a vida exige.
Entre em ação e doe já pelo link: gaccvale.colabore.org/gaccvale/single_step
Você também pode doar e ajudar o Hospital GACC pelo PIX: gacc@gacc.com.br
Ana Luísa ao lado de Rosemary Sanz no GACC SJC
GACC
Sobre o Hospital GACC
Referência em oncologia infantojuvenil, o Hospital GACC é o único complexo hospitalar infantojuvenil de alta complexidade da Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte, a RMVale, para pacientes com câncer entre 0 e 23 anos. Oferece uma estrutura de excelência, com os equipamentos mais modernos para diagnóstico com equipe multidisciplinar especializada, realizando todos os atendimentos de forma gratuita, desde o diagnóstico, passando por todas as fases do tratamento integral, incluindo suporte sociofamiliar, educacional, emocional, recreativo e espiritual. O Hospital GACC participa do St. jude Global, do St. Jude Children's Research Hospital, a maior referência em tratamento e pesquisa em câncer infantojuvenil do mundo. Em 2024, realizou mais de 70 mil exames, 60 mil atendimentos multidisciplinares, 4.700 internações paciente/dia e 1.127 internações paciente/dia na UTI, entre outros. A média de sobrevida de pacientes infantojuvenis com câncer no Hospital GACC é de 71%, enquanto a média nacional é de 64% (fonte: Inca).
Diretor Técnico: Dr. Marcelo Milone - CRM 57542