Cúpula do Congresso rompe com líderes do governo, e pesa clima na relação com o Planalto

  • 24/11/2025
(Foto: Reprodução)
Líder do governo no Senado diz que votação de Messias para STF pode ficar para 2026 A relação entre o Palácio do Planalto e a cúpula do Congresso sofreu um desgaste evidente nesta segunda-feira (24), após declarações públicas de lideranças das duas Casas exporem atritos com o governo e entre si. No Senado, o líder do governo, Jaques Wagner (PT-BA), admitiu que a votação da indicação de Jorge Messias ao Supremo Tribunal Federal (STF) dificilmente ocorrerá ainda este ano, em meio a um desgaste na relação com o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP). Na Câmara, o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), rompeu politicamente com o líder do PT, deputado Lindbergh Farias (PT-RJ). A soma dos episódios acendeu um alerta no governo Lula sobre a fragilidade da articulação política em um momento sensível — com o fim do ano legislativo se aproximando e pautas importantes pendentes de votação. No Senado, a indicação de Jorge Messias trava em meio a uma “tensão muito grande”. Um dos sinais da dificuldade é que Jaques Wagner (PT-BA), está há alguns dias sem conseguir qualquer contato com o presidente Davi Alcolumbre, que decidiu cortar a relação após a indicação de Messias ao Supremo. A outros senadoras, o amapaense tem deixado claro que não tem pretensão de retomar o contato com o líder do governo. Entre os motivos da insatisfação de Alcolumbre, está o fato de Jaques ter defendido em mais de uma ocasião o nome de Messias para o STF publicamente, mesmo antes da definição do presidente Lula sobre a escolha. Alcolumbre, por sua vez, trabalhava pela escolha do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Em entrevista ao Estúdio i, da GloboNews, Jaques Wagner afirmou que não há condições políticas nem calendário suficiente para votar a indicação de Messias em dezembro. “Eu acho que nós não teremos tempo hábil para votar ainda no mês que se inicia na segunda-feira que vem”, disse o senador. Wagner listou obstáculos concretos — como as apenas quatro semanas úteis até o recesso e a pauta carregada pela tramitação da LDO e do Orçamento —, mas admitiu que o fator político pesa tanto quanto o cronograma. Segundo ele, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), ficou “chateado” por não ter sido avisado antecipadamente da escolha de Messias por Lula, o que gerou um clima de “tensão muito grande” na Casa. “Tem que esperar um pouco, esfriar um pouco essa tensão”, afirmou Wagner, sugerindo que a sabatina de Messias pode ficar para 2026. Apesar do atrito, o líder do governo defendeu que sempre foi transparente com os colegas e negou ter alimentado expectativas sobre outro nome. Crise na Câmara Motta e Derrite durante votação na Câmara do projeto de combate a facções Kayo Magalhães / Câmara dos Deputados Na Câmara um outro conflito veio a público. O presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou à "Folha de S.Paulo": “Não tenho mais interesse em ter nenhum tipo de relação com o deputado Lindbergh Farias.” Procurada, a assessoria de imprensa de Motta confirmou o rompimento. A declaração ocorreu após uma sequência de desentendimentos entre os dois, especialmente em torno de votações sensíveis nas últimas semanas. Ao longo do dia, Lindbergh subiu o tom contra Motta. À GloboNews, afirmou não ter intenção de buscar uma reaproximação com o presidente da Câmara. Segundo Lindbergh, a posição de Motta é “imatura” e o presidente da Câmara age de maneira “errática”. Lindbergh chegou a ironizar a proximidade de Motta com aliados da oposição, como o presidente do PP, o senador Ciro Nogueira (PI), e o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha. “Política não se faz como clube de amigos. Minhas posições políticas são transparentes e previsíveis”, disse o petista nas redes sociais. “Se há uma crise de confiança na relação entre o governo e o presidente da Câmara, isso tem mais a ver com as escolhas que o próprio Hugo Motta tem feito. Ele que assuma as responsabilidades por suas ações.” Decisões recentes de Motta que desagradaram o Planalto foram a derrubada da medida provisória do IOF, a PEC da Blindagem e a escolha, sem consulta ao governo, do deputado Guilherme Der Impacto no Planalto Os dois movimentos — o emperramento da indicação ao STF e o confronto direto entre Hugo Motta e o líder do PT na Câmara — são vistos no governo como sintomas de um desgaste mais profundo: as cúpulas das duas Casas estão insatisfeitas com a articulação política; Lula perdeu controle sobre o ritmo e o ambiente das votações; a coalizão governista enfrenta dificuldades para manter alinhamento interno. Integrantes do Planalto avaliam que a crise pode contaminar temas essenciais e tornar imprevisível a votação da LDO e do Orçamento.

FONTE: https://g1.globo.com/politica/noticia/2025/11/24/cupula-do-congresso-rompe-com-lideres-do-governo-e-pesa-clima-na-relacao-com-o-planalto.ghtml


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