É #FAKE que jazida de 7,1 mil toneladas de ouro foi descoberta no Piauí
16/09/2025
(Foto: Reprodução) Análises geológicas em Currais não trazem indício de descoberta de jazida
g1
Circulam nas redes sociais publicações dizendo que uma grande jazida de ouro foi recentemente descoberta em Currais (PI). É #FAKE.
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🛑 O que diz a publicação?
Publicado em 13 de agosto de 2025 no Instagram, onde já teve mais de 116 mil curtidas, o post exibe imagem de uma pepita de ouro e a seguinte mensagem: "Nova jazida com mais de 7,1 mil toneladas de ouro é descoberta no Brasil".
O texto do post que acompanha a mensagem diz: "Uma descoberta no interior do Piauí pode mudar o mapa da mineração no Brasil. Laudos técnicos apontam que uma jazida localizada na zona rural de Currais abriga um potencial estimado de 7.108 toneladas de ouro, com teor de pureza quatro vezes acima do considerado excelente e valor bruto que ultrapassa a casa dos bilhões".
⚠️ Por que isso é falso?
Ao Fato ou Fake, o Serviço Geológico do Brasil (SGB), que coletou amostras rochosas na região de Currais (PI), disse: "Sugestões da descoberta de uma grande jazida de ouro são mentirosas. As análises realizadas no solo da região apresentaram teor de ouro considerado insignificante para a formação de minerais com este metal, apresentando, portanto, condição incompatível para a formação de uma jazida".
No parecer técnico fornecido ao Fato ou Fake, o órgão confirmou ter enviado uma equipe à região noroeste do município de Currais (PI) entre 21 e 24 de maio. O objetivo foi avaliar "o contexto geológico local e coletar amostras para análises químicas em rocha total, motivo pelas notícias que mencionavam a ocorrência de ouro em alto teor na área (concentração superior a 89 partes por milhão)".
Foram coletados três tipos de rochas. Os procedimentos realizados com as amostras incluíram ensaios com bateia (utensílio em formato de bacia que serve para separar minerais preciosos de outros sedimentos mais leves); preparação de lâminas petrográficas (para análise em microscópio); análises químicas semiquantitativas por fluorescência de raios-X portátil (técnica usada para determinar a composição química e elementar de materiais); e análises químicas em rocha no laboratório de uma empresa terceirizada, a Geosol. Sobre as avaliações, o SGB diz:
"Nos ensaios com bateia, foram observados diversos minerais pesados (óxidos de astato, bismuto, germânio) mas não foram identificados grãos de ouro, resultado confirmado também pelas análises petrográficas e pelo FRX portátil. As análises da Geosol apresentaram teores considerados insignificantes para mineralizações de ouro".
Ainda segundo o órgão, a confusão sobre a presença de ouro na região pode decorrer da alta concentração de minerais feitos de silício e de ferro, de coloração amarelada.
"O contexto geológico local é representado pela Formação Piauí da Bacia Sedimentar do [rio] Parnaíba, composta por arenitos de granulometria média a grossa, com porções ferruginosas e coloração amarelada. São comuns estruturas sedimentares como camadas plano-paralelas e estratificações cruzadas tabulares, características de ambiente fluvial".
O Fato ou Fake também entrou em contato com a assessoria de imprensa governo do Piauí, que afirmou: "O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado do Planejamento, esclarece que a notícia sobre a ocorrência de ouro no município de Currais não possui base técnica-científica".
Análises geológicas em Currais não trazem indício de descoberta de jazida
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