Hobby ou fonte de renda: arte do bonsai leva um pouco da natureza para dentro de casa

  • 23/11/2025
(Foto: Reprodução)
Hobby ou fonte de renda: arte do bonsai leva um pouco da natureza para dentro de casa A palavra bonsai tem origem japonesa e significa "árvore em bandeja" ou "árvore plantada em um recipiente". A arte que cria árvores em miniatura a partir de técnicas de poda e de plantio possui vários adeptos no Espírito Santo, que este ano ganhou sua primeira escola dedica a essa técnica. Mais popular, tem gente que cultiva como hobby. Mas, para algumas pessoas, também virou fonte de renda. A escola fica em Vila Velha, na Grande Vitória, e a ideia surgiu após um palestrante de Porto Alegre, Júlio Veg, ministrar no estado um curso na área e perceber grande interesse dos capixabas pelo bonsai. 📲 Clique aqui para seguir o canal do g1 ES no WhatsApp Quem pratica a técnica, pontua que a arte do bonsai pode começar como um hobby, virar uma fonte de renda e até mesmo se tornar um estilo de vida. Na escola, coordenada por Thiago Patricio Ramos, os alunos aprendem como transformar mudas, galhos e troncos de árvore de tamanho real, em bonsais. "Bonsai é uma arte milenar iniciou na China, mas foi difundida pelo Japão. É uma tentativa de você miniaturizar uma árvore em vaso. É você reproduzir uma árvore que está na natureza, com todos os aspectos de uma árvore antiga e conseguir fazer com que ela fique em um vaso de bonsai, uma árvore pequena", contou o coordenador. Primeira Escola de Bonsai foi inaugurada no Espírito Santo Reprodução/TV Gazeta Pontos principais para quem quer virar um bonsaista 💰 Valores a partir de R$ 150 (a depender da característica da planta); 🗓️ Pode demorar de 4 a 5 anos para ter uma árvore que possa ser chamada de bonsai; 🌳 Diferentes técnicas: através de semente (mais demorado); ou com estaca: pegar um galho já desenvolvido para o processo ser mais rápido; ou ainda retirar a planta do chão e comprar uma planta na floricultura. Ramos destacou que o bonsai resiste no meio da correria e do imediatismo do século XXI. "O bonsai vai contra os tempos atuais, de rapidez, que onde todo mundo quer que as plantas frutifiquem e floresçam rápido. O bonsai vai contra essa rapidez. Determinados procedimentos e técnicas exigem um tempo de dedicação da planta. A rapidez do mundo moderno é contra o bonsai. Muitas pessoas recorrem a isso por conta desse hobby ser terapêutico e cuidar da ansiedade. Mas temos que esperar, dar seu tempo", explicou. LEIA TAMBÉM: ESPÉCIES NATIVAS: Prefeitura retira castanheiras e coloca vegetação de restinga em praia TRADIÇÃO: Tombo da Papa de milho busca título de maior do Brasil e vai servir mais de 350 litros em Vitória VERDE OU VERMELHO? Produtores têm perdas maiores quando café é colhido antes do tempo, comprova estudo Paciência e dedicação A escola funciona no quintal do bonsaista Widson de Faria, que aprendeu que a paixão por plantarpoderia influenciar a vida dele. Ele começou com a prática no quintal da avó e da mãe. "Pra mim, já passou do hobby, da terapia, chegou no comercial. Mas é principalmente a filosofia de vida. O bonsai é muito mais profundo do que as pessoas pensam. Não é só uma planta. Precisa de técnica, estudo, tempo, paciência. Eu não sou calmo, mas para mexer nisso aqui eu realmente paro e perco tempo", destacou. Bonsaista há quase 30 anos, Widson de Faria hoje aluga espaços para outras pessoas cuidarem dos próprios bonsais no Espírito Santo Reprodução/TV Gazeta Há 30 anos, ele começou a cultivar bonsais. Hoje, ele aluga bancadas para os alunos aprenderem o cultivo. "O retorno financeiro não é fácil, ele é demorado. Eu ministro cursos básicos e sou aluno da escola também. E, para arrecadar dinheiro, eu vi no Paraná uma pessoa que alugava as bancadas. Então, hoje somos sete pessoas que alugam. Quando eles podem, eles vêm cuidar. Mas eles pagam uma taxa por mês e eu molho a planta todo o dia", pontuou. Antônio Elias é agrônomo e professor do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes). Ele também é aluno da Escola de Bonsai. Para ele, profissão e hobby se complementam. "Ajuda muito na questão de desestressar. No início, eu achava que não tinha nada a ver, porque por mais que a gente aprofunde, a ciência agrária é sobre a planta no chão, não tem poda de raiz, são outras preocupações. Mas, por último, estou achando que estou trazendo algumas técnicas agrônomas para o bonsai, como produção de muda, estaca, enxertos. A gente traz alguma coisa que a gente conhece lá para o bonsai", afirmou. Técnica milenar Bonsai utiliza técnica milenar e ganhou vários adeptos no Espírito Santo Reprodução/TV Gazeta Existem diversas técnicas que devem ser seguidas para o tronco do bonsai ficar semelhante a um tronco em tamanho real. O processo é feito porque a valorização da miniatura está diretamente ligada ao quanto ela se parece com a árvore original. "Tem a técnica chamada galho de sacrifício, que a gente deixa um galho subir verticalmente para continuar o fluxo de seiva subindo. E, na medida que esse fluxo de seiva continua subindo, ela consegue criar uma estrutura de tronco. As plantas de troncos lenhoso, são as que podem se tornar um bonsai. Mas algumas nem tanto. Por exemplo, uma manga que tem uma folha muito grande, pra gente criar essa proporcionalidade em uma planta pequena, fica um pouco mais difícil", explicou Widson de Faria. Faria pontuou ainda que quem cuida de bonsais tem diversas formas de trabalhar a planta. "O bonsai, na verdade, é uma técnica, não é uma árvore. Então, você pode fazer o bonsai, desde que a árvore tenha condições, folhas pequenas e madeira. A poda da raiz é constante. Não simultaneamente, mas tem que ser podado para você encaixar no vaso, caso queira deixar ela crescer", acrescentou. Escola de bonsais no Espírito Santo tem 12 alunos Reprodução/TV Gazeta O agrônomo Antônio Elias aceitou o desafio do cultivo e possui um jequitibá de 22 anos, mas que ainda está a caminho para se tornar um bonsai. "É um pré-bonsai, uma planta iniciada por semente. Você não viu um bonsai trabalhando jequitibá, então foi um desafio começar. E todo desafio, como não tem referências, vai você mesmo moldando a planta. Então, às vezes, você erra, acerta, está sendo demorado. O jequitibá está praticamente formado, mas tive que utilizar 22 anos, só neste ano ou no ano que vem que ele deve virar um bonsai", comentou. Além disso, o agrônomo tem mais de 160 plantas entre bonsais e pré-bonsais, e acredita que trocar ideias em grupo sobre o cultivo ajudam no crescimento da planta. "Eu planto azevinho, que é uma planta que floresce todo o ano. Foi uma planta adquirida de forma difícil. Então, o bonsai é o seguinte: se você estiver sozinho, você vai até certo ponto e não evolui mais. A minha recomendação para quem quiser começar na árvore tem que fazer um grupo. A pessoa aprende muito mais do se tiver sozinho", declarou. VÍDEOS: tudo sobre o Espírito Santo Veja o plantão de últimas notícias do g1 Espírito Santo

FONTE: https://g1.globo.com/es/espirito-santo/agronegocios/noticia/2025/11/23/hobby-ou-fonte-de-renda-arte-do-bonsai-leva-um-pouco-da-natureza-para-dentro-de-casa.ghtml


#Compartilhe

Aplicativos


Locutor no Ar

Peça Sua Música

Participe atraves do nosso Whatssap adicione aí (14) 981528660

Anunciantes