Mãe da prefeita de Bauru é ouvida em CEI e nega acusações de desvio de bens do Fundo Social

  • 18/06/2025
(Foto: Reprodução)
Lúcia Rosim, atual Secretária Municipal de Assistência Social e ex-presidente do Fundo Solidariedade diz que o controle da entrada e saída das doações era de responsabilidade dos servidores do operacional. Lúcia Rosim nega acusações de desvio de bens do Fundo Social de Bauru Lúcia Rosim, mãe da prefeita de Bauru, Suéllen Rosim (PSD), e atual secretária municipal de Assistência Social e ex-presidente do Fundo Social de Solidariedade, foi ouvida nesta quarta-feira (18) durante a quinta reunião da Comissão Especial de Inquérito (CEI) que visa apurar supostos desvios de bens sob a guarda do Fundo Social de Solidariedade. 📲 Participe do canal do g1 Bauru e Marília no WhatsApp A chamada "CEI do fundo social" tem ouvido as pessoas citadas no depoimento de Damaris Nunes de Faria Pavan, ex-servidora comissionada que foi exonerada em abril deste ano e denunciante do caso. Lúcia Rosim negou as acusações e criticou Damaris. Das oito pessoas convocadas para depor, apenas cinco participaram. São elas: Lúcia Rosim, atual Secretária Municipal de Assistência Social e presidente do Fundo Social de Solidariedade na época das denúncias; Everton de Araújo Basílio, atual diretor-presidente da Cohab e Secretário de Finanças na época das denúncias; Brener Fauster da Silva, supervisor de transporte da Prefeitura e chefe de manutenção na época das denúncias; Elísio da Cruz, supervisor de manutenção do Paço Municipal e diretor da Zeladoria na época da denúncia; Adelson Capellini, motorista da Prefeitura. Já Dozimar Francisco Rosim e Marcia Maria da Silva (pai e tia da prefeita Suéllen Rosim) recusaram o convite por meio de ofício, alegando que todos os esclarecimentos de sua parte foram prestados à Polícia Civil. À TV TEM, Lúcia Rosim avaliou que a CEI serve de alerta a futuros presidentes do Fundo Social de Solidariedade e diz não ter conhecimento dos materiais doados. "Esta CEI só vai trazer para nós mais maturidade e entender que nós precisamos sim fazer um trabalho, que já é de transparência, ainda mais transparente para que, no futuro, outras presidentes não venham passar o que estou passando. Não tenho conhecimento dos materiais doados porque não foram doados nenhum tipo de equipamento para a igreja MIP, nem para esta chácara que ela [denunciante] cita". Mãe da prefeita, Lúcia Rosim é ouvida na 'CEI do Fundo Social' e nega que tenha levado bens à sua casa ou a igreja ligada à família e critica denunciante: 'conjunto de desespero e vingança contra o governo e a minha pessoa' Gabriel Pelosi O relator e vereador André Maldonado (PP), afirmou que os depoimentos desta quarta-feira foram esclarecedores e descreveu os próximos passos da CEI. "É importante a gente ouvir todos os lados. Eu acredito que hoje a gente fecha as oitivas e faremos uma análise documental para concluir o relatório parcial. Faremos uma análise de tudo que foi dito, comparar as oitivas, as provas e fechar o relatório", explica. Veja como foi o depoimento de cada um: Lúcia Rosim Lúcia Rosim foi a primeira a ser ouvida. Ela explicou que apesar de tirar fotos dos itens que chegavam para doação e prestar conta mensalmente ou bimestralmente em reuniões junto ao Conselho Deliberativo do Fundo Social, as questões administrativas eram de responsabilidade dos servidores da área operacional. “Quando eu prestava contas ao conselho, eu estava certa de que o que me era passado estava correto”, disse. Sobre decidir quem receberia os itens doados, ela reforçou que isso era previamente definido pela Rede Solidaria: “Como presidente, eu não tinha como determinar que a doação ia para X ou para Y”, completou. Além disso, ela negou que tenha levado bens à sua casa ou à igreja Ministério Produzindo Esperança (MIP) e que sua irmã, Márcia Maria da Silva, tenha feito pessoalmente doações de cestas básicas. A respeito da falta de controle na entrada e saída das doações, onde os registros eram feitos por meio de recibo, ela afirmou que, durante a gestão dela, "tudo que estava no papel, batia", e completou que não estava à frente do Fundo Social quando a destinação dos itens citados na denúncia foi feita, apenas no momento do recebimento e registro. Sobre Damaris Pavan e sua relação com a denunciante, disse que confiava nela até o momento da denuncia, afirmando que a ex-funcionária agiu por vingança. “A questão levantada pela Damaris é impressionante, porque ela mesma era uma das responsáveis pelo Fundo Social, ela recebia para fazer isso”, comentou. Sobre reconhecer falhas no órgão, apenas declarou que “a melhoria que hoje precisaria é colocar pessoas de confiança para trabalhar lá dentro." Mãe da prefeita, Lúcia Rosim é ouvida na 'CEI do Fundo Social' e nega que tenha levado bens à sua casa ou a igreja ligada à família e critica denunciante: 'conjunto de desespero e vingança contra o governo e a minha pessoa' Câmara Municipal de Bauru/Reprodução Everton de Araújo Basílio O depoimento de Everton Basílio girou em torno de esclarecimentos sobre a relação da Secretaria de Finanças com o Fundo Social de Solidariedade. Na câmara, detalhou que além dos trâmites burocráticos que obrigatoriamente passam pela pasta, ele atuou diretamente no recebimento de duas doações: uma em novembro de 2021, de R$ 2.462, e outra em novembro de 2022, de R$ 1.156. Ambas eram provenientes de apreensões realizadas pela Polícia Civil de dinheiro em espécie (notas e moedas). O secretário as recebeu pessoalmente e afirmou que, no mesmo dia, já realizou o depósito do valor na conta do Fundo Social. Brener Fauster da Silva O supervisor de transporte da prefeitura e chefe de manutenção na época das denúncias negou ter conhecimento das irregularidades no Fundo Social e disse que atuava colaborando com o órgão em carga e descarga de itens de doação, não tendo acesso a quantidade nem controle de bens. Afirmou também que nunca carregou nada especificamente para Marcia Maria da Silva, não viu doações de freezer, bicicleta ou ar-condicionado e que a instalação de monitores de TV, citados previamente em depoimentos na CEI, foi feita na própria Prefeitura. Elísio da Cruz Assim como Brener, Elísio da Cruz disse que também só colaborava com o Fundo Social. Como diretor da Zeladoria na época, designava sua equipe para ajudar no carregamento e descarregamento de bens de doação de acordo com a disponibilidade e necessidade. Afirmou ainda nunca ter dado ordens para que subordinados carregassem itens especificamente para Márcia. Adelson Capellini O último a ser ouvido foi Adelson, motorista da prefeitura e também responsável pelo transporte de mercadorias para o Fundo Social desde o início de 2023. Ele também afirmou nunca ter visto nada suspeito. Disse nunca ter levado cestas básicas na casa ou chácara de familiares da Damaris, nem na igreja MIP. Lembrou ainda que as pessoas que recebiam as doações eram normalmente desconhecidas que procuravam pelo Fundo Social e que recibos eram assinados no momento da entrega. Próximo passo Além dos depoimentos, a CEI também registrou o recebimento de diversos documentos, informações da Polícia Civil sobre documentos solicitados pela Comissão à Prefeitura e documento do Serviço Público Federal que continham informações protegidas por sigilo fiscal. A próxima reunião da comissão acontece na terça-feira (24), às 15h, onde será apresentado o relatório parcial dos trabalhos, que deve ser entregue até o dia seguinte, na quarta-feira (25). Entenda a denúncia A denúncia envolvendo a atuação do Fundo Social de Solidariedade de Bauru e supostos desvios de bens foi registrada por meio de um boletim de ocorrência, no dia 7 de maio, pela ex-servidora comissionada Damaris Nunes de Faria Pavan, exonerada da prefeitura em abril deste ano. Ela alega que houve desvio de doações do Fundo Social para uma igreja ligada à família da prefeita Suéllen Rosim (PSD). Além da Câmara, a Polícia Civil de Bauru também abriu investigação para apurar as denúncias feitas por Damaris Nunes de Faria Pavan. Segundo o boletim de ocorrência, em março de 2022, a ex-servidora teria recebido ordens de Lúcia Rosim, então presidente do Fundo Social e mãe da prefeita, para levar doações armazenadas no local para o Ministério Produzindo Esperança (MIP), igreja coordenada por membros da família Rosim. Entre os itens citados na denúncia estão freezer, máquina de lavar, televisores, cestas básicas e caixas de leite. Polícia Civil de Bauru também abriu investigação para apurar as denúncias feitas por Damaris Nunes de Faria Pavan Reprodução Damaris anexou à denúncia prints de supostas conversas com Lúcia Rosim e com uma funcionária do gabinete da prefeita. Nos diálogos, são combinados horários e locais para entrega dos produtos. A ex-servidora também afirma que Márcia Rosim, irmã da prefeita, teria buscado doações para levá-las a uma chácara onde funciona um projeto social de futebol, coordenado por Dozimar Rosim, pai de Suéllen. Confira outros destaques do g1 g1 em 1 minuto: grávida perde bebê após bater carro em poste e provocar curto circuito Grávida perde bebê após bater carro em poste, provocar curto em fiação e conseguir salvar filhos; vídeo Funcionário de hospital descobre compatibilidade, inicia processo para doação de medula e reforça campanha para novos doadores Veja mais notícias da região no g1 Bauru e Marília VÍDEOS: assista às reportagens da região

FONTE: https://g1.globo.com/sp/bauru-marilia/noticia/2025/06/18/mae-da-prefeita-de-bauru-nega-acusacoes-de-desvio-de-bens-do-fundo-social-e-critica-denuncia-conjunto-de-desespero.ghtml


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