Mulher e comparsa são condenados a mais de 50 anos por morte de colono no Acre
16/12/2025
(Foto: Reprodução) Jurado de acusados de matar colono durou mais de 12 horas em Xapuri
Arquivo pessoal
Benigno Queiroz Sales e Risonete Borges Monteiro, acusados de matarem o colono Francisco Campos Barbosa, conhecido como “Chico Abreu”, em 2022, foram condenados a mais de 50 anos de prisão. Os dois foram submetidos na última sexta-feira (12) ao Tribunal do Júri do Fórum de Xapuri, interior do Acre, onde o crime ocorreu.
O júri popular durou mais de 12 horas. Segundo a decisão, Benigno e Risonete foram condenados por homicídio qualificado. Eles não podem recorrer da Além da morte de Francisco, Benigno também responde por furto.
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A defesa de Risonete Borges disse que vai recorrer da sentença. Já a defesa de Benigno é feita pela Defensoria Pública do Acre (DPE-AC), que não costuma se pronunciar sobre os casos que defendem.
A pena dos acusados foi dividida da seguinte forma:
Benigno Queiroz Sales - condenado a 29 anos de prisão em regime inicial fechado
Risonete Borges Monteiro - condenada a 25 anos de prisão em regime inicial fechado
"Quanto às consequências do crime, convém ressaltar que foram graves, pois a conduta do sentenciado provocou, além do clamor social, medo e pavor dos moradores desta pequena cidade de Xapuri (...). A conduta do condenado, se perpetuada e frequente, representa o caos da convivência em sociedade, além de que, com a morte covarde praticada contra a vítima Francisco Campos Barbosa, o condenador subtraiu, de forma eterna, a convivência harmônica de familiares, que durante toda sessão plenária do júri demonstraram abatimento e abalo psicológico", diz parte da decisão assinada pelo juiz Luís Gustavo Alcalde Pinto.
A Justiça destaca que Risonete, companheira da vítima há mais de 10 anos, planejou a morte para ficar com o patrimônio do marido, que incluía dinheiro, colônias e gado. Benigno Queiroz foi contratado por Risonete e começou a trabalhar na propriedade pouco tempo antes do assassinato.
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As investigações da época revelaram que Francisco havia recebido R$ 16 mil de um negócio fechado dias antes do crime. Com essa informação, os acusados planejaram uma emboscada para matar o colono e ficar com o dinheiro.
Corpo de colono foi achado em local de difícil acesso
Polícia Civil
Plano e emboscada
Após ajustarem o plano, Risonete foi para Rio Branco para que Benigno Sales ficasse a sós com Francisco para matá-lo. No dia do crime, o acusado bebeu com a vítima, pois assim “ficava mais fácil puxar da boca dele onde estava o dinheiro”.
Mas, ainda conforme o Ministério Público do Acre (MP-AC) , durante a conversa, a vítima desconfiou que seria roubada e saiu correndo em direção a um milharal. Nesse momento, o acusado pegou a espingarda do colono a e efetuou um disparo, que acertou as costas de Chico Abreu. Mesmo ferido, o colono ainda conseguiu correr por cerca de 200 metros, mas caiu ao chão.
Com a vítima caída, o acusado se aproximou e começou a enforcá-lo, enquanto perguntava onde ele tinha escondido o dinheiro e que sua mulher tinha contado que estava na casa.
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A denúncia aponta que a vítima chegou a dizer que o dinheiro estaria guardado no quarto de Risonete, que ficava trancado com a chave embaixo de uma lata de tinta. Após matar Francisco, o acusado deixou o corpo da vítima no milharal e foi procurar pela suposta quantia em dinheiro.
No entanto, não achou a referida quantia e, então, saiu levando a arma de fogo, uma motocicleta e outros pertences pessoais da vítima.
VÍDEOS: g1