Paciente com doença degenerativa denuncia negligência de convênio e tem plano de saúde cancelado: 'Batalha constante'

  • 14/11/2025
Paciente que luta contra doença degenerativa denuncia negligência de convênio Gabriela Lopes, de 34 anos, luta contra a distrofia muscular progressiva desde os dois anos de idade e entrou com um processo contra o convênio médico do banco onde trabalha, em Sorocaba (SP). Segundo a paciente, o atendimento médico foi negligente e a renovação do plano de saúde foi encerrada no sábado (1º) por falta de pagamento da empresa. Ao g1, Gabriela relata que está afastada do emprego por licença médica há seis meses. A paciente necessita de cuidados de home care, isto é, uma modalidade de atendimento de saúde que oferece tratamentos e reabilitação a domicílio. 📲 Participe do canal do g1 Sorocaba e Jundiaí no WhatsApp "Sempre tive meu convênio médico. Mas agora, justamente no momento em que mais preciso, pela minha condição atual, estou tendo meu direito negado. O plano se recusa a custear o home care adequado, mesmo com uma liminar judicial que me garante esse direito. Esse acompanhamento é essencial para que eu não corra o risco de novas infecções", diz. Gabriela conta que, ainda neste ano, precisou ser internada em um hospital após apresentar uma grave crise respiratória. Devido ao quadro, ela passou por uma traqueostomia, procedimento cirúrgico que cria uma abertura na traqueia. Gabriela Lopes, de Sorocaba (SP), sofre com distrofia muscular Arquivo pessoal "Infelizmente, vivi um dos períodos mais difíceis da minha vida. Precisei fazer a traqueostomia para que pudesse respirar melhor. Foram duas internações muito complicadas, e passei mais de 90 dias dentro da UTI, lutando todos os dias para sobreviver", relata. A doença degenerativa de Gabriela afeta todo o sistema muscular, e o problema respiratório teve início devido à perda de musculatura no pulmão, segundo a mãe, Luciana Lopes. Após ficar 47 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), a paciente recebeu alta e iniciou o tratamento de home care com o convênio. "O home care não tinha preparo para atender. A equipe era totalmente despreparada e cada dia vinha um profissional diferente. Muitas vezes ela ficou sem atendimento, e eu tive que levá-la para o hospital para poder ser aspirada, ser trocada, enfim, fazer o trabalho de um técnico", relata Luciana. "Também no hospital, eles a deixavam sem trocar e desligavam a dieta 24 horas dela para que não fizesse cocô e xixi. Além disso, também não davam água para ela. A Gabriela chegou a receber dieta vencida e tomou a medicação nos horários errados", denuncia. Gabriela Lopes e sua mãe, Juliana Lopes, lutam por atendimento home care especializado em Sorocaba (SP) Arquivo pessoal Por conta dos problemas com o convênio, Luciana explica que entrou em contato com um escritório de advocacia do direito médico e da saúde. Mãe e filha também registraram um boletim de ocorrência, em junho deste ano, durante os dias em que Gabriela estava em atendimento a domicílio. Atualmente, o processo judicial está em segredo de Justiça. "Eu ligava para o convênio e a moça da empresa falava: 'Já não tem uma pessoa aí? Já tá bom, amanhã é outro dia'. A Gabriela teve uma péssima assistência. Teve uma fonoaudióloga que introduziu iogurte para ela, e ela sofreu com uma broncoaspiração [entrada de substâncias como alimentos, líquidos, saliva ou vômito nas vias aéreas]. Mesmo com a doença grave da Gabi, o atendimento era péssimo", conta. "Ingressamos com o pedido de condenação por danos morais, tendo em vista a conduta abusiva e negligente do plano de saúde. Entretanto, é importante dizer que nenhuma indenização é capaz de reparar integralmente os danos causados a uma paciente que, por anos, tem sua dignidade e saúde colocadas em risco por atitudes irresponsáveis", acrescenta o escritório de advocacia. Após entrar com processos contra o banco, Gabriela conseguiu uma liminar na Justiça que garantiu um home care especializado, o qual passou a atender adequadamente suas necessidades, segundo a mãe. No entanto, ainda conforme Juliana, a empresa responsável não recebeu o pagamento pelo serviço. "A empresa está sem receber desde agosto. Agora ela vai perder o atendimento especializado por falta de pagamento. Por conta disso, o processo saiu do âmbito cível e passou para o trabalhista. A equipe especializada do home care vai encerrar os serviços agora, no dia 1º de novembro, e a Gabriela vai ter que voltar para o hospital", diz. "Peço de coração que me ajudem a dar visibilidade a essa situação. Preciso que meu caso seja olhado com urgência, pois minha vida depende disso. Eu só quero ter o direito de continuar vivendo com dignidade, recebendo os cuidados que minha doença exige, cercada de amor e segurança", diz Gabriela. O g1 solicitou um posicionamento à empresa responsável, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem. "Temos atuado de forma incansável para garantir a continuidade desse atendimento, com pedidos de bloqueio e penhora de valores do plano de saúde, requisições formais nos autos e despachos presenciais com a magistrada responsável. Nosso compromisso é assegurar que Gabriela não sofra qualquer descontinuidade no tratamento que lhe é vital", finaliza o escritório. Gabriela Lopes, de Sorocaba (SP), processa empresa por falta de pagamento do convênio médico Arquivo pessoal *Colaborou sob supervisão de Eric Mantuan Veja mais notícias da região no g1 Sorocaba e Jundiaí VÍDEOS: assista às reportagens da TV TEM

FONTE: https://g1.globo.com/sp/sorocaba-jundiai/noticia/2025/11/14/paciente-com-doenca-degenerativa-denuncia-negligencia-de-convenio-e-tem-plano-de-saude-cancelado-batalha-constante.ghtml


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