Saiba quem é contador de MT suspeito de criar mais de 300 empresas falsas para aplicar golpes online
11/11/2025
(Foto: Reprodução) Eduardo Martins é suspeito de chefiar um esquema de criação de empresas falsas para lavagem de dinheiro e aplicação de golpes na internet
Reprodução
O contador Eduardo Martins, preso nesta terça-feira (11), suspeito de chefiar um esquema de criação de empresas falsas para lavagem de dinheiro e aplicação de golpes na internet, em Cuiabá e Sorriso, se apresentava nas redes sociais como proprietário de um escritório que presta mentorias para Microempreendedores Individuais (MEIs), além de abertura de CNPJs.
No Instagram, o investigado exibe uma rotina de viagens frequentes, incluindo destinos internacionais, e um estilo de vida de alto padrão. Ele é casado e pai de uma criança recém-nascida.
A investigação apontou que Eduardo criava centenas de CNPJs para aplicar golpes de e-commerce em todo o país. A polícia identificou 310 empresas abertas pelo investigado entre os anos de 2020 e 2024, das quais 182 já estavam baixadas ou suspensas.
O g1 entrou em contato com a empresa de Eduardo, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.
O contador deve responder pelos crimes de associação criminosa, fraude eletrônica, lavagem de dinheiro e crime contra as relações de consumo.
✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 MT no WhatsApp
Como o esquema funcionava
Golpes eram aplicados em todo o país
Conforme a investigação, o suspeito criava CNPJs em nome de “laranjas”, geralmente jovens de baixa renda e residentes fora de Mato Grosso, para dar aparência de legalidade às empresas.
Esses CNPJs eram usados para registrar sites falsos de comércio eletrônico, em diferentes segmentos, como brinquedos, roupas e cosméticos. Os sites eram impulsionados por anúncios pagos nas plataformas digitais para alcançar mais vítimas.
Em um dos casos, o grupo clonou o site de uma marca famosa de cosméticos para enganar consumidores.
As vítimas, localizadas em diversos estados do país, faziam compras, realizavam o pagamento por Pix ou cartão, mas nunca recebiam os produtos. Os sites acumulavam diversas reclamações no portal “Reclame Aqui”.
A operação
As investigações começaram após um alerta da Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz-MT), que identificou a criação massiva de empresas por um único contador, a maioria delas cadastrada em um mesmo endereço em Cuiabá.
No local, funcionava uma sala comercial sem qualquer identificação, usada como sede de empresas que existiam apenas no papel.
Além do mandado de prisão contra o contador, foram cumpridos:
7 mandados de busca e apreensão;
1 mandado de sequestro de valores, que totalizam R$ 5 milhões;
2 mandados de sequestro de imóveis;
5 mandados de sequestro de carros de luxo;
7 mandados de quebra de dados telemáticos;
2 mandados de suspensão de perfis em redes sociais;
3 mandados de suspensão de sites;
3 mandados de suspensão de atividades econômicas.
O contador, apontado como chefe do esquema, criava CNPJs para aberturas de sites para aplicação de golpes
Reprodução