Secretário-geral da ONU pede desescalada imediata entre EUA e Venezuela após nova ameaça de Trump

  • 17/12/2025
(Foto: Reprodução)
Presidente Donald Trump diz que militares americanos cercaram a Venezuela O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, pediu nesta quarta-feira (17) uma "desescalada imediata" entre os Estados Unidos e a Venezuela e que os dois países tenham moderação neste momento de tensões acirradas. Guterres pede que ambos os países “cumpram suas obrigações sob o Direito Internacional, incluindo a Carta da ONU e qualquer outro arcabouço jurídico aplicável, para salvaguardar a paz na região”, disse o porta-voz adjunto da ONU, Farhan Haq, a jornalistas. ✅ Siga o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp SANDRA COHEN: Trump eleva o tom contra Maduro a nível estridente com ameaça de bloqueio total Além da ONU, diversos países do mundo estão se pronunciando sobre a mais nova ameaça do presidente dos EUA, Donald Trump, que anunciou na terça que a Venezuela está "completamente cercada" e determinou um bloqueio total a petroleiros alvos de sanções que entram e saem do país sul-americano. Os aliados Rússia e a China expressaram apoio ao regime Maduro nesta quarta-feira. Moscou afirmou que as tensões na América Latina podem trazer "consequências imprevisíveis" ao Ocidente, e Pequim disse "se opor a qualquer forma de assédio unilateral". O regime Maduro repudiou o anúncio de Trump, que chamou de "ameaça grotesca" vinda dos EUA. O movimento dos EUA adicionou uma nova camada à escalada de tensões sem precedentes entre os dois países. A escalada conta com uma mobilização militar em grande escala dos EUA no Caribe, bombardeios a barcos no mar do Caribe e no Oceano Pacífico e a apreensão de um navio petroleiro venezuelano. (Leia mais abaixo) Além dos aliados, os governos do México e da Alemanha também se pronunciaram nesta quarta-feira. A presidente Claudia Sheinbaum pediu que a ONU "evite o derramamento de sangue" na Venezuela e se dispôs a atuar como mediadora entre EUA e Venezuela. Já o Ministério das Relações Exteriores alemão disse ter interesse em prevenir uma piora da situação na América Latina. Na terça-feira, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, criticou a ONU: "Cadê o Tribunal Penal Internacional, onde está o Gabinete do Procurador do Tribunal Penal Internacional, onde está Volker Türk, que é o alto comissário para os Direitos Humanos?", disse em referência à apreensão de um petroleiro venezuelano pelos EUA. (Leia mais abaixo) Guterres havia se pronunciado pela primeira vez sobre a escalada de tensões entre EUA e Venezuela em agosto, quando pediu publicamente que os países usem a moderação e resolvam suas diferenças de forma pacífica. No início do mês, a ONU expressou "profunda preocupação" com a escalada de tensões e citou análise de especialistas independentes do órgão multilateral. Apesar do anúncio de Trump, o governo Maduro afirmou nesta quarta-feira que a exportação do petróleo e a navegação de navios petroleiros venezuelanos continuam normais. LEIA TAMBÉM: Petróleo é prioridade em investida de Trump contra a Venezuela, diz jornal Por que o mercado de petróleo da Venezuela é um dos motivos das tensões com os EUA INFOGRÁFICO: Entenda como os EUA cercaram a Venezuela em operação que mira petróleo e Maduro Venezuela critica bloqueio de Trump Imagem mostra o presidente dos EUA, Donald Trump (E), em Washington, DC, em 9 de julho de 2025, e o presidente venezuelano, Nicolás Maduro (D), em Caracas, em 31 de julho de 2024. AFP/Jim Watson Um comunicado do governo Maduro afirmou que o bloqueio de Trump a seus navios petroleiros é “absolutamente irracional” e viola o livre comércio e a navegabilidade. "A Venezuela, no pleno exercício do Direito Internacional que nos ampara, de nossa Constituição e das leis da República, reafirma sua soberania sobre todas as suas riquezas naturais, assim como o direito à livre navegação e ao livre comércio no Mar do Caribe e nos oceanos do mundo. Em consequência, procederá em estrito apego à Carta da ONU a exercer plenamente sua liberdade, jurisdição e soberania acima dessas ameaças belicistas", afirma o documento. Segundo o texto, o país vai recorrer à ONU para denunciar o que chamou de "grave violação do Direito Internacional". "A Venezuela jamais voltará a ser colônia de império algum ou de qualquer poder estrangeiro e continuará, junto ao seu povo, a trilhar o caminho da construção da prosperidade e da defesa irrestrita de nossa independência e soberania", continua o texto. Trump: bloqueio total de petroleiros Em uma rede social, Trump acusou os venezuelanos de roubarem petróleo e terras dos norte-americanos. O post é mais um capítulo no aumento de tensões entre os dois países. Desde agosto, os Estados Unidos movimentam um forte aparato militar no Caribe. No início, a Casa Branca justificou a operação como parte do combate ao tráfico internacional de drogas. Nesta terça-feira, Trump escreveu na Truth Social que a Venezuela está cercada “pela maior Armada já reunida na história da América do Sul”. “Ela só vai aumentar, e o choque para eles será como nada que já tenham visto — até que devolvam aos Estados Unidos todo o petróleo, terras e outros bens que roubaram de nós.” Trump também acusou o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, de usar petróleo para financiar o que chamou de “regime ilegítimo”, além de “terrorismo ligado a drogas, tráfico de pessoas, assassinatos e sequestros”. “Pelos roubos de nossos bens e por muitos outros motivos, incluindo terrorismo, contrabando de drogas e tráfico de pessoas, o regime venezuelano foi designado como uma ORGANIZAÇÃO TERRORISTA ESTRANGEIRA”, escreveu. Trump diz que Venezuela está completamente cercada Reprodução Com base nessas acusações, o presidente anunciou um bloqueio total e completo de todos os navios petroleiros que foram alvos de sanções e que entrarem ou saírem da Venezuela. Segundo o site Axios, 18 embarcações que foram punidas pelos EUA estão em águas venezuelanas no momento. Em 2019, durante o primeiro mandato, Trump impôs várias sanções ao setor petrolífero da Venezuela como forma de pressionar o governo Maduro, o que reduziu as exportações de petróleo do país. Mesmo com as restrições ainda em vigor, a Venezuela continua exportando cerca de 1 milhão de barris por dia. Segundo especialistas, o regime Maduro tem recorrido a “navios fantasmas” para escoar a produção. Em tese, essas embarcações “zumbis” foram alvo de sanções, mas mudam de nome ou de bandeira com frequência para tentar escapar das punições. Algumas também se apropriam da identidade de navios que já foram enviados para desmanche. De acordo com a empresa de inteligência financeira S&P Global, estima-se que 1 em cada 5 petroleiros no mundo seja usado para contrabandear petróleo de países sob sanções. Rússia e Irã também recorrem a estratégias semelhantes. LEIA TAMBÉM: O que é a frota de navios fantasmas que os EUA acusam a Venezuela de usar para burlar sanções e exportar petróleo? Navios com 11 milhões de barris de petróleo 'empacam' na Venezuela após apreensão dos EUA, segundo agência Trump tem 'personalidade de alcoólatra', diz chefe da Casa Branca em entrevista Navio petroleiro apreendido EUA interceptam e apreendem navio petroleiro perto da costa da Venezuela No dia 10 de dezembro, forças militares dos Estados Unidos interceptaram e apreenderam um navio petroleiro no Mar do Caribe, perto da costa da Venezuela. Segundo a imprensa americana, o navio foi identificado como “Skipper”. A embarcação já havia sido alvo de sanções dos Estados Unidos em 2022, sob suspeita de contrabandear petróleo e favorecer grupos islâmicos no Oriente Médio. De acordo com a BBC, o petroleiro navegava com bandeira da Guiana. Em comunicado divulgado na noite de quarta-feira, a Administração Marítima da Guiana afirmou que o Skipper estava “hasteando falsamente a bandeira da Guiana”, já que não está registrado no país. Após a apreensão, Maduro classificou a ação dos Estados Unidos como “pirataria naval criminosa”. Segundo ele, o navio transportava 1,9 milhão de barris de petróleo. “Sequestraram os tripulantes, roubaram o barco e inauguraram uma nova era, a era da pirataria naval criminosa no Caribe”, afirmou durante um ato presidencial em Caracas. Um levantamento da agência Reuters, publicado três dias depois da operação, mostrou que a ação provocou uma queda brusca nas exportações da Venezuela, deixando cerca de 11 milhões de barris de petróleo e combustível retidos em águas venezuelanas. VÍDEOS: mais assistidos do g1

FONTE: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2025/12/17/secretario-geral-onu-pede-desescalada-imediata-eua-venezuela.ghtml


#Compartilhe

Aplicativos


Locutor no Ar

Peça Sua Música

Participe atraves do nosso Whatssap adicione aí (14) 981528660

Anunciantes