Tio de advogada suspeita de tortura teve nome usado para abertura de conta bancária após não pagar empréstimo, dizem familiares

  • 04/12/2025
(Foto: Reprodução)
Vídeos mostram ação de suspeitos de tortura, extorsão e agiotagem, em Goiás O tio da advogada Tatiane Meireles, presa suspeita de tortura, agiotagem e extorsão, teve o nome usado para abrir uma conta bancária após não pagar um empréstimo. O dinheiro foi emprestado pelo marido da sobrinha, sargento Herbert Francisco Póvoa, conhecido como Mike Póvoa, informaram familiares que não quiseram se identificar. O tio da advogada também foi preso na operação “Mão de Ferro”, última sexta-feira (28), junto com a advogada, policiais militares e empresários suspeitos de agiotagem, extorsão e lavagem de dinheiro, em Luziânia, no Entorno do Distrito Federal. ✅ Clique aqui e siga o perfil do g1 Goiás no WhatsApp A defesa da advogada Tatiane Meireles informou, por meio de nota, que respeita o sigilo e a regularidade das investigações. Portanto, não irá expor detalhes do processo. Entretanto, a defesa afirma que “a verdade prevalecerá no tempo adequado, restabelecendo a justiça, a serenidade e a integridade profissional de Tatiane Meireles” (confira a nota completa ao final da reportagem). O g1 não teve contato com a defesa de Herbert Francisco Póvoa. Segundo a Polícia Civil, a organização oferecia empréstimos com juros abusivos e utilizava métodos violentos para cobrar os valores. Um vídeo obtido pela TV Anhanguera mostra o sargento Herbert Póvoa e a advogada Tatiane ameaçando e agredindo uma das vítimas com um taco de beisebol (veja acima). Degundo os familiares, a advogada e o marido se mudaram para casa ao lado da casa do tio há cerca três anos. Depois, o sargento fez um empréstimo para o tio da advogada a fim de quitar uma dívida do idoso. Entretanto, o sargento cobrava juros em cima desse empréstimo e o tio não conseguiu quitar a dívida. Por conta disso, Herbert teria colocado o tio da advogada para abrir uma conta para o sargento movimentar. A família informou que o tio tinha o nome usado para abertura da conta bancária sem saber para quais atividades ela seria usada. Ele também não tinha acesso a essa conta, informaram. Os familiares relataram ainda que o tio da advogada vivia da aposentadoria e do rendimento de um pequeno bar que mantinha no lote em que morava. Entenda o caso A advogada Tatiane Meireles, o marido dela, o sargento Herbert Francisco Póvoa, outros policiais militares e empresários foram presos suspeitos de agiotagem, extorsão e lavagem de dinheiro. O grupo é suspeito de movimentar mais de R$ 7 milhões, em dois anos, oferecendo empréstimos com juros abusivos e utilizando métodos violentos de cobrança. Às autoridades, testemunhas relataram terem sido intimidadas com uso de armas, ameaças e até agressões físicas. As vítimas contaram que viviam com medo constante e sofreram pressão psicológica. Os investigados passaram por audiência de custódia no sábado (29) e permanecem presos. Casal de sargento e advogada é alvo de operação da Polícia Civil, em Goiás Reprodução/Instagram de Mike Póvoa e Tatiane Meireles Em nota, a Polícia Militar de Goiás (PM-GO) afirmou que os militares foram presos durante a operação. “A Corporação não compactua com desvios de conduta e reitera seu compromisso com a ética, a legalidade e a transparência. As medidas administrativas cabíveis já foram adotadas e seguirão em estrita observância às normas internas”, destacou o texto (leia na íntegra ao final do texto). A Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Goiás (OAB-GO) também se pronunciou sobre o caso e determinou o afastamento preventivo da profissional de suas funções institucionais. “A conduta relatada é absolutamente incompatível com a ética, a dignidade e os princípios que regem a advocacia”, diz um trecho do comunicado (leia na íntegra ao final do texto). Vídeos mostram os métodos violentos de cobrança Operação mira grupo suspeito de agiotagem, extorsão e lavagem de dinheiro Reprodução/TV Anhanguera Os vídeos obtidos pela TV Anhanguera mostram o sargento Herbert e a sua esposa, a advogada Tatiane, ameaçando e agredindo um homem com um taco de beisebol (no início do texto). “Você vai ver como funciona em Goiás”, afirmou o militar na filmagem. Outro vídeo mostra o sargento ameaçando um homem com duas armas de fogo, enquanto a vítima chora e pede desculpas. "Ajoelha, ajoelha, agora!", gritou Póvoa. Outras imagens mostram o militar ameaçando mulheres ao cobrar dívidas, uma delas é enforcada por ele, enquanto outra tem uma arma apontada para a cabeça. LEIA TAMBÉM: Advogada suspeita de tortura, extorsão e agiotagem foi presidente da comissão de Direitos Humanos da OAB Entenda o caso da advogada e dos PMs presos suspeitos de agiotagem, extorsão e lavagem de dinheiro VÍDEO: Advogada envolvida em esquema de agiotagem e tortura com PMs faz oração sobre dinheiro: 'Agradeço, senhor, pela prosperidade' Operação “Mão de Ferro” A Operação “Mão de Ferro” foi realizada na sexta-feira (28). A ação mobilizou cerca de 80 policiais civis para o cumprimento de mais de 10 mandados de busca e apreensão e nove mandados de prisão. Segundo a polícia, foram alvos da operação o líder da organização criminosa, bem como financiadores e executores das cobranças violentas. Além disso, a corporação informou que a advogada atuava na “blindagem jurídica” do grupo e participava das cobranças contra as vítimas. Os investigados devem responder pelos crimes de organização criminosa, usura (agiotagem), extorsão, lavagem de dinheiro, entre outros. Nota da defesa da advogada Tatiane Meireles A defesa da advogada Tatiane Meireles, eleita e escolhida durante a atual gestão da Subseção da Comarca de Luziânia como Presidente da Comissão de Direitos Humanos, vem a público esclarecer as informações recentemente divulgadas acerca de sua prisão em um procedimento pré-processual, ainda em fase inaugural, que investiga suposto crime de tortura. É imprescindível destacar que Tatiane Meireles exerce a advocacia há mais de duas décadas na Comarca de Luziânia, sempre pautada por retidão, ética e absoluto respeito às instituições. Nos primeiros cinco anos de sua carreira, atuou como uma das principais advogadas dativas da cidade, prestando assistência jurídica a pessoas hipossuficientes e contribuindo decisivamente para a efetivação do acesso à Justiça. Durante toda sua trajetória profissional, jamais houve qualquer denúncia, fato ou conduta que desabonasse sua imagem, pelo contrário, sempre desempenhou sua função com dignidade, honradez e firme compromisso com a defesa dos direitos humanos, razão pela qual foi legitimamente escolhida para presidir a referida comissão. Os fatos em apuração possuem camadas profundas e complexas, e, por respeito ao sigilo e à própria regularidade das investigações, a defesa não irá expor detalhes neste momento. Contudo, reafirma-se a convicção plena de que a verdade prevalecerá no tempo adequado, restabelecendo a justiça, a serenidade e a integridade profissional de Tatiane Meireles. Ressalta-se, ainda, que no Estado Democrático de Direito ninguém pode ser julgado antecipadamente, muito menos em procedimento ainda em fase pré-processual. A advogada permanece à disposição das autoridades competentes e confia integralmente nas instituições responsáveis pela condução do caso. Nota da Polícia Militar do Estado de Goiás A Polícia Militar do Estado de Goiás informa que, a partir do compartilhamento de informações entre as forças de segurança, a Polícia Civil deflagrou operação na cidade de Luziânia, resultando na expedição de mandados de prisão contra três militares e outros suspeitos, investigados pelos crimes de extorsão, agiotagem e demais delitos correlatos. A Corporação não compactua com desvios de conduta e reitera seu compromisso com a ética, a legalidade e a transparência. As medidas administrativas cabíveis já foram adotadas e seguirão em estrita observância às normas internas. A Polícia Militar do Estado de Goiás permanece colaborando integralmente com as investigações, a fim de esclarecer todos os fatos no âmbito judicial. Assessoria de Comunicação Social 5ª Seção do Estado-Maior Estratégico – PMGO Nota da OAB-Goiás A Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Goiás (OAB-GO), por meio da Subseção de Luziânia, repudia, com veemência, o suposto envolvimento de uma advogada em um caso de agressão ocorrido no municipio. A conduta relatada é absolutamente incompatível com a ética, a dignidade e os princípios que regem a advocacia, especialmente o compromisso da profissão com a legalidade, o respeito aos direitos fundamentais e a preservação da integridade física e moral de qualquer pessoa. Diante da gravidade da situação, a Subseção determinou o afastamento preventivo da profissional de suas funções institucionais. Paralelamente, a Seccional informa que instaurará procedimento ético-disciplinar no âmbito do Tribunal de Ética e Disciplina, a fim de apurar os fatos com rigor, assegurando o contraditório e a ampla defesa, como determina o devido processo legal. A OAB-GO deixa claro que não compactua com quaisquer praticas de violência, abuso ou desvio de finalidade no exercício da advocacia e seguirá atuando com firmeza para preservar o prestígio, o respeito e a responsabilidade social da advocacia goiana. 📱 Veja outras notícias da região no g1 Goiás. VÍDEOS: últimas notícias de Goiás

FONTE: https://g1.globo.com/go/goias/noticia/2025/12/04/tio-de-advogada-suspeita-de-tortura-teve-nome-usado-para-abertura-de-conta-bancaria-apos-nao-pagar-emprestimo-dizem-familiares.ghtml


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