Tornozeleira tinha sinais de avaria e marcas de queimadura, diz relatório; Bolsonaro confessou uso de ferro de solda

  • 22/11/2025
(Foto: Reprodução)
Veja como ficou tornozeleira de Bolsonaro; ex-presidente admite que usou ferro de solda Um relatório da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Distrito Federal divulgado neste sábado (22) aponta que a tornozeleira de Jair Bolsonaro (PL) “possuía sinais claros e importantes de avaria". Segundo o relatório, havia, no equipamento, "marcas de queimadura em toda sua circunferência, no local do encaixe/fechamento do case”. Conforme o documento, no momento da análise da situação, Bolsonaro foi questionado sobre qual instrumento havia utilizado na tornozeleira. O ex-presidente, então, disse que tinha utilizado um ferro de solda para tentar abrir o equipamento. Ao ser questionado por uma policial penal, Bolsonaro afirmou que começou a mexer no aparelho no fim da tarde de sexta. A Secretaria de Administração Penitenciária anexou ao relatório um vídeo, onde o próprio ex-presidente confessa ter utilizado o ferro de solda. O alarme da tornozeleira disparou às 0h07. Imediatamente, a equipe que faz a segurança de Bolsonaro foi acionada pela Secretaria de Administração Penitenciária do governo do Distrito Federal, responsável pelo aparelho. A escolta, então, confirmou a violação e fez a troca à 1h09. Por volta de 2h, Moraes determinou que o ex-presidente, que estava em prisão domiciliar, fosse levado preso preventivamente para uma cela na Superintendência da PF (veja a cronologia aqui). Bolsonaro pede autorização para visitas de Michelle e filhos 'Meti ferro quente aí', disse Bolsonaro Em um vídeo divulgado pela Secretaria de Administração Penitenciária, uma policial penal aponta para a tornozeleira avariada e pergunta a Bolsonaro: "O senhor usou alguma coisa para queimar isso aqui?". Ele responde: "Eu meti ferro quente aí. Curiosidade". "Que ferro foi, ferro de passar?", a servidora questiona. "Não, ferro de soldar, de solda", diz Bolsonaro. Em seguida, a servidora pergunta se Bolsonaro tentou arrancar a pulseira que prende o equipamento ao tornozelo, e ele nega. "Pulseira aparentemente intacta, mas o 'case' [a capa] violado", relata a servidora no vídeo. "Que horas o senhor começou a fazer isso, seu Jair?", ela pergunta. "No final da tarde", Bolsonaro afirma. Tornozeleira passará por perícia da PF Mesmo com o relatório da Secretaria de Administração Penitenciária do DF, a tornozeleira avariada por Bolsonaro seguiu para perícia no Instituto Nacional de Criminalística, da PF, que tem o prazo legal de até dez dias para entregar um relatório. O prazo deve ser menor porque esse tipo de perícia é considerado simples. 🔎A parte do equipamento que foi queimada com um ferro de solda, segundo um profissional que acompanha o caso, é o "coração" da tornozeleira, onde ficam os sensores de localização e integridade e toda a parte eletrônica do aparelho. Tanto essa parte como a pulseira, que prende o equipamento ao tornozelo, têm sensores que disparam se forem danificados, segundo o profissional. Cronologia Relembre a cronologia dos movimentos que resultaram na prisão de Bolsonaro na Superintendência da PF em Brasília: Por volta das 17h de sexta-feira (21) Senador Flávio Bolsonaro (PL-SP) convoca, pelas redes sociais, uma vigília próxima à casa do ex-presidente Jair Bolsonaro, no bairro Jardim Botânico, em Brasília. O convite previa que a vigília começaria às 19h deste sábado (22). Por volta das 23h de sexta-feira (21) A Polícia Federal pede ao Supremo Tribunal Federal (STF) a prisão preventiva de Bolsonaro com base na convocação feita por Flávio. A PF afirmou haver "a possibilidade concreta de que a vigília convocada ganhe grande dimensão, com a concentração de centenas de adeptos do ex-presidente nas imediações de sua residência, estendendo-se por muitos dias, de forma semelhante às manifestações estimuladas pela organização criminosa nas imediações de instalações militares, especialmente no final do ano de 2022". Para a PF, havia risco de a vigília dificultar que Bolsonaro cumprisse a pena de prisão no processo da tentativa de golpe, que está próximo de ser encerrado. "Tal fato [a vigília] tem o condão de gerar um grave dano à ordem pública, podendo inclusive inviabilizar o cumprimento de eventuais medidas em decorrência do trânsito em julgado da ação Penal 2.668/DF [da trama golpista], ou exigir o indesejável emprego de medidas coercitivas pelas forças de segurança pública para o seu cumprimento, colocando em risco a segurança de moradores do condomínio de residência e imediações, apoiadores, policiais designados para a missão e até mesmo o condenado e seus familiares", afirmou a PF. 0h08 de sábado (22) Em paralelo ao pedido da PF, o Centro Integrado de Monitoração Eletrônica (Cime), ligado à Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal, registra a "ocorrência de violação" da tornozeleira eletrônica usada por Bolsonaro. O Cime informou nesta manhã, em nota, que não fornece detalhes sobre casos concretos. Alexandre de Moraes registrou a comunicação do órgão. "O Centro de Integração de Monitoração Integrada do Distrito Federal comunicou a esta Suprema Corte a ocorrência de violação do equipamento de monitoramento eletrônico do réu Jair Messias Bolsonaro, às 0h08min do dia 22/11/2025. A informação constata a intenção do condenado de romper a tornozeleira eletrônica para garantir êxito em sua fuga, facilitada pela confusão causada pela manifestação convocada por seu filho", escreveu o ministro. 1h25 de sábado (22) Acionado por Moraes, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, assina um parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR) informando que não se opunha à prisão preventiva solicitada pela PF. "Diante da urgência e gravidade dos novos fatos apresentados, a Procuradoria-Geral da República não se opõe à providência indicada pela Autoridade Policial", afirmou Gonet ao Supremo. Ordem de prisão Moraes decreta a prisão preventiva do ex-presidente por ver risco de fuga nos fatos novos — a vigília convocada por Flávio e a tentativa de violação da tornozeleira eletrônica. A decisão é tomada na madrugada, após o ministro consultar a PGR — não há um horário expresso no documento. "Não bastassem os gravíssimos indícios da eventual tentativa de fuga do réu Jair Messias Bolsonaro acima mencionados, é importante destacar que o corréu Alexandre Ramagem, a sua aliada política Carla Zambelli, ambos condenados por esta Suprema Corte; e o filho do réu, Eduardo Nantes Bolsonaro, denunciado pela Procuradoria-Geral da República no Supremo Tribunal Federal, também se valeram da estratégia de evasão do território nacional, com objetivo de se furtar à aplicação da lei penal", afirmou Moraes na decisão. O ministro determina que a prisão seja cumprida na manhã deste sábado, "com todo o respeito à dignidade do ex-presidente [...], sem a utilização de algemas e sem qualquer exposição midiática", e que Bolsonaro fique recolhido na Superintendência da Polícia Federal no Distrito Federal. Por volta das 6h de sábado (22) A PF vai até o condomínio do ex-presidente e cumpre a ordem de prisão. Bolsonaro é levado em um comboio de veículos para a Superintendência da PF, na Asa Sul, em Brasília. O ex-presidente Jair Bolsonaro foi preso de forma preventiva neste sábado (22) Wilton Junior/Estadão Conteúdo

FONTE: https://g1.globo.com/politica/blog/valdo-cruz/post/2025/11/22/tornozeleira-de-bolsonaro-tinha-sinais-de-avaria-e-marcas-de-queimadura-diz-secretaria.ghtml


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