WePink: vídeo do sócio de Virginia sobre alta demanda causar falta de matéria-prima é citado pelo MP em ação
10/10/2025
(Foto: Reprodução) Vídeo do sócio de Virgínia dizendo que alta demanda causou atraso é usado pelo MP em ação
Um vídeo do sócio de Virgínia Fonseca na WePink, Thiago Stabile, em que ele diz que a alta demanda causou problemas de abastecimento é citado pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO) na ação por supostas práticas abusivas da empresa (veja o vídeo acima). A empresa de cosméticos teve 120 mil reclamações registradas em menos de 2 anos, segundo o órgão.
Stabile relatou, no vídeo, que a empresa teve um aumento no número de vendas por mês, saltando de 200 mil para 400 mil e que teve problemas de abastecimento. “Tivemos um problema de abastecimento porque a gente cresceu muito rápido. [...] De fato, demora algumas vezes porque algumas matérias-primas acabam, porque a gente vende muito, mas estamos resolvendo”, contou.
No documento, o MP aponta “má-fé empresarial” e "dolo na condução das vendas massivas”, já que declararam publicamente que a demanda dobrou e que houve falta de matéria-prima para atender aos pedidos. Segundo o órgão, a alta demanda aumentou a verba da empresa para contratas mais funcionários para atender os pedidos.
Segundo o advogado da empresa, Felipe de Paula, a WePink ainda não foi citada legalmente e não manifestará até que seja citada (confira a nota completa ao final da reportagem).
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A ação do MP foi protocolada na quarta-feira (8), em conjunto com o Procon. A promotoria explicou que a estratégia de ofertas-relâmpago induz à compra impulsiva e explora a vulnerabilidade psicológica das pessoas. Além disso, o MP afirma que o uso da imagem da Virgínia agravou isso, já que milhares de seguidores confiam em sua recomendação.
Vídeo do sócio de Virgínia na WePink dizendo que alta demanda causou atraso em entregas é usado pelo MP em ação por práticas abusivas
Reprodução/Titok de danny.dally7 e Reprodução/Instagram da WePink
Reclamações contra WePink
No documento do Ministério Público, a empresa já tem 30 mil reclamações registradas em 2025, até a data da ação. No ano anterior, foram 90 mil queixas. Segundo o órgão, o número total de reclamações pode chegar a 300 mil consumidores, considerando aqueles que não reclamaram oficialmente.
O promotor de Justiça Élvio Vicente da Silva destacou que consumidores também denunciaram a falta de entrega de produtos pagos, dificuldades na hora de solicitar o reembolso e um péssimo atendimento pós-venda.
Veja as práticas abusivas listadas na ação:
Falta de entrega de produtos: consumidores que pagaram pelos produtos e nunca receberam;
Descumprimento de prazos: alguns atrasos ultrapassaram sete meses;
Dificuldade de reembolso: resistência da empresa em devolver valores pagos;
Atendimento deficiente: o sistema é automatizado, mas não resolve os problemas;
Exclusão de críticas: a empresa removeu comentários negativos nas redes sociais;
Produtos com defeito: os cosméticos chegam estragados na entrega e estão diferentes do enunciado.
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Fiscalização do Procon
A Wepink já havia sido notificada pelo Procon, tendo sido autuada no final de setembro. De acordo com a fiscalização, a empresa anunciou e comercializou os produtos nacionalmente, mas não realizou a entrega no prazo estabelecido.
O órgão lembrou ainda que a marca realizou lives nas redes sociais em que influenciadores anunciaram os produtos a preços muito atrativos e links promocionais, apesar da quantidade significativa de reclamações dos consumidores.
Sobre a autuação do Procon, a defesa da WePink informou ao g1 que a empresa não recebeu a notificação enviada no começo deste ano. Disse ainda que apresentou defesa quando recebeu uma segunda notificação, informando o não recebimento e que a autuação ainda não é definitiva. Em nota, a empresa ainda informou que não sofre mais com atrasos frequentes.
Leia a nota da WePink na íntegra
De fato nós recebemos notificação do PROCON - GO, inclusive mais de uma sobre os mesmos fatos, as quais foram devidamente respondidas, esclarecendo que hoje a WEPINK não sofre mais com atrasos frequentes, tanto que é nota 8.1 na plataforma RECLAMEAQUI, contando com um indíce de 93% de resolução, coisa que poucas empresas do e-commerce conseguem.
Outro ponto importante é que a decisão registra a ausência de defesa, fato esse que contestamos e provamos que houve apresentação de defesa, juntando como prova o aviso de recebimento da nossa defesa pelo PROCON - GO.
Portanto, acreditamos que tudo será esclarecido junto ao PROCON - GO nos próximos dias.
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